01 novembro 2005

Gustave, Le Bon


Relativizemos, então.

"O prazer e a dor suscitam o desejo.
Desejo de alcançar o prazer e de evitar a dor.
O desejo é o móbil principal da nossa vontade e, portanto, dos nossos actos.
Do pólipo aos homens, todos os seres são movidos pelo desejo.
Inspira a vontade, que não pode existir sem ele, e depende da sua intensidade.
O desejo fraco suscita, naturalmente, uma vontade fraca.
Tudo quanto é querido é, evidentemente, desejado; mas desejamos muitas coisas que, sabemos, não podíamos querer.
O desejo estabelece a escala dos nossos valores, variável [relativizável, portanto], aliás, com o tempo e as raças.
Não existindo em si mesmo o valor das coisas, ele é apenas determinado pelo desejo e proporcionalmente [ relativo] à intensidade desse desejo.
A variável apreciação dos objetos de arte fornece desse facto uma prova diária. "

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